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Resenha: O Guardião do Tempo

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580411744
Ano: 2013
Páginas: 240
Tradutor: Lucia Ribeiro da Silva
Sinopse: Dhor sempre foi obcecado por enumerar coisas. Quando percebeu um padrão entre o nascer e o pôr do sol – que se repetiam um após o outro, infinitamente –, ele aprendeu a contar os dias. Ao descobrir que a lua mudava de forma e depois voltava ao seu formato original, passou a contar os meses.Sem saber, movido por uma curiosidade ingênua, Dhor estava aprisionando a maior dádiva de Deus: o tempo. E pagaria um preço alto por isso, sendo banido para uma caverna durante seis milênios. Imune aos efeitos dos anos, passava seus dias sozinho, forçado a ouvir as vozes das pessoas implorando por mais minutos, mais dias, mais anos – querendo esticar os momentos de felicidade e encolher os instantes de sofrimento. Depois de compreender o mal que havia criado ao fazer a vida girar em torno de um relógio, Dhor é mandado de volta à Terra com uma missão: ensinar a duas pessoas o verdadeiro sentido do tempo. Ele escolhe uma adolescente desiludida, prestes a pôr fim à própria vida, e um homem de negócios rico e poderoso que pretende desafiar a morte e viver para sempre. Cada um à sua maneira, eles precisam entender que o tempo é um dom precioso, que não pode ser desperdiçado nem manipulado. Para salvar a própria alma e concluir sua jornada, Dhor precisará salvá-los. Antes que o tempo se esgote – para todos.

Antes de ler a resenha, por favor, aperte o play. 



      O começo da história é, pelo que parece, no período paleolítico, onde nos são apresentados Dhor e sua família. Dhor sempre se interessou pelo tempo, até mesmo antes de saber o que significava. Um certo dia, tentando fugir de algo que o perseguia, ele e sua mulher, Allie, vai se refugiar em um local isolado. Após algum tempo vivendo nesse lugar, Allie adoece e Dhor vai à torre de Naim (Babel), o lugar mais próximo, para achar uma cura.

      Assim, ele pede mais tempo à tão amada mulher e é condenado por causa disso a ser o Pai do Tempo. Dhor fica centenas de anos aprisionado em uma caverna, sem ter com quem conversar, sem envelhecer e obrigado à escutar lamentações de todos aqueles que querem mais ou menos tempo.

     Nisso, também é contada a história de Victor e Sarah, vidas completamente distintas mais que se ligam por um assunto: tempo. Victor é um homem velho, com câncer e tem poucos meses de vida, recorrendo assim ao congelamento de corpos e, consequentemente, desafiando o tempo. Sarah é uma jovem adolescente apaixonada que quer mais e mais tempo para ficar com o garoto que gosta, Ethan, e, assim como Victor, também está desafiando o tempo.

     Dhor precisa salvar esses dois e ensiná-los que o tempo é algo que tem de ser respeitado.

     O livro é escrito em terceira pessoa, onde um narrador observador nos conta toda a história de uma forma clara e detalhada. Os capítulos são rápidos, com no máximo de 3 folhas e sempre alternando entre as histórias de Dhor, Sarah e Victor, o que eu gostei bastante.

     O Guardião do Tempo é daqueles livros que nos fazem pensar e repensar: será que uso bem o meu tempo? Todos nós já pedimos um pouco de tempo a mais em momentos bons e também que ele passasse rápido em horas ruins, acho que isso já é até costume.

''     Houve sempre uma busca por mais minutos, mais horas, um progresso mais rápido para realizar mais coisas a cada dia. A simples alegria de viver entre as alvoradas se perdeu.
      - Tudo o que o ser humano faz hoje para ser eficiente, para preencher as horas - disse Dhor. - Isso não satisfaz. Só o deixa mais ávido de fazer mais. O ser humano quer ser dono da sua existência. Mas ninguém é dono do tempo.''

     É um livro curto, com apenas 240 páginas que pode ser lido rapidamente de tão bom que é. Recomendado para aqueles que querem um novo ponto de vista sobre a vida e o aproveitamento do nosso tempo.