Disqus for Eclausuradas nas Histórias

Resenha: Veneno

Edição: 1
Editora: Única
ISBN: 9788567028002
Ano: 2013
Páginas: 224
Tradutor: Edmundo Barreiros
Sinopse: Sexy, sarcástico e de prender a respiração! Para os fãs de Once Upon a Time e Grimm, Veneno é a prova de que contos de fadas são para adultos! Não existe “Felizes para sempre”! Você já pensou que uma rainha má tem seus motivos para agir como tal? E que princesas podem ser extremamente mimadas? E que príncipes não são encantados e reinos distantes também têm problemas reais? Então este livro é para você! Em Veneno, a autora Sarah Pinborough reconta a história de Branca de Neve de maneira sarcástica, madura e sem rodeios. Todos os personagens que nos cativaram por anos estão lá, mas seriam eles tão tolos quanto aparentam? Acompanhe a história de Branca de Neve e seu embate com a Rainha, sua madrasta. Você vai entender por que nem todos são só bons ou maus e que talvez o que seria “um final feliz” pode se tornar o pior dos pesadelos! Veneno é o primeiro livro da trilogia Encantadas, e já é um best-seller inglês. Sarah Pinborough coloca os contos de fadas de ponta-cabeça e narra histórias surpreendentes que a Disney jamais ousaria contar. Com um realismo cínico e cenas fortes, o leitor será levado a questionar, finalmente, quem são os mocinhos e quem são os vilões dos livros de fantasia! Palavra da editora: Veneno é um livro tenro como uma maçã envenenada. Belo como os vilões costumam ser. Sarcástico como príncipes mimados. E sem finais felizes porque já estamos bastante crescidinhos! (E, ainda assim, é um dos finais mais chocantes da ficção atual!) Para fãs de séries de TV e histórias picantes e divertidas, Veneno é puro entretenimento! – Mariana Rolier

     Hello pessoas, cá venho eu novamente resenhar sobre livros. Hoje eu vim explorar o reino mágico de Veneno, um conto de fadas para adultos.

      Era uma vez, em um reino muito muito distante, uma adorável garota carinhosamente apelidada de Branca de Neve. Tudo era mil maravilhas até que sua mãe morre e seu pai, o Rei, casa novamente. A reputação de cruel foi adotada à Rainha por todo o reino quando o seu marido precisou sair às campanhas por um longo tempo e ela ficou no comando do trono. Lilith era seu nome, e seu olhar, todos diziam, era tão frio quanto seu coração. Branca era completamente o contrário de sua madrasta, e irradiava vida e alegria, seus atos eram caridosos e benevolentes, e logo o reino inteiro criou uma simpatia automática pela filha do Rei. Lilith, obviamente, tem inveja da enteada e da adoração que o povo tinha à ela. Longe dos planos maquiavélicos de sua madrasta, Branca se refugiava nas minas, onde seus pequenos amigos, os anões, trabalhavam todos os dias.

     Sim, a narração obviamente segue o roteiro do conto original, mas o divertido de se ler é como a autora por (muitas) vezes desvia dele. Por exemplo, em nenhum conto você irá encontrar o porquê do vilão ser um vilão, de como o passado da personagem afeta na atuação dela ocasionalmente. Em Veneno, você acompanha toda a história por trás da impiedade de Lilith. Esse é, definitivamente, um dos melhores pontos do livro.

    Outro desvio do clichê que a autora conseguiu articular foi a personalidade de Branca. Originalmente, Branca era pura, boa e educada. A bondade continua ali, mas a educação passa longe. Segundo o espelho mágico de Lilith, Branca era uma criatura terrena, que se conectava com os animais e gostava de sentir a terra debaixo das palmas das mãos. Ela não se preocupa em arruinar o seu vestido mais bonito ou em vestir calças que só os homens usavam para cavalgar. Branca domava garanhões por diversão, bebia cerveja mais do que todos os cavalheiros e dançava em volta da fogueira com destemor. Suas peculiaridades por fim acabaram prejudicando-a, pois Lilith insistia em torná-la uma dama que vestia espartilhos apertadíssimos sem reclamar.

"Sua mãe tinha a mesma beleza, e isso talvez tenha sido a única coisa que salvou as duas da fogueira quando o pai dela descobriu que eram frutos podres no cesto da família real. Quando ele descobriu sobre a bisavó dela na floresta, a velhinha encarquilhada na casa de doces onde Lilith tinha passado a infância aprendendo o oficio e brincando com ossos de crianças perdidas..."

   Personagens principais bem construídos, narrativa excitante (literalmente), pitadas de humor bem colocadas e vilões atraentes e mortais. Não posso deixar de exaltar, é claro, a simplicidade e elegância com a qual a autora conseguiu lidar com a sexualidade. Tudo que um conto de fadas da Disney precisa para ser cativante e nada adorável.